sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Não sei se sei amar

Não sei se sei amar…

Quando te logro mais, mais te desejo;
Quando te encontro mais, mais te procuro;
Quando mo juras mais, menos seguro
Julgo esse doce amor, que adorna o pejo
.” Bocage


Desculpa o meu silêncio, meu amor.
Desculpa o meu silêncio das vezes que te não digo que amo.
Desculpa os dias que passo sem te olhar. Desculpa as coisas que não faço por não pensar. 
                É  que amar é uma aventura. Uma turbulência que se sente e não se define, uma calma que fatiga…. É o sol, o mar e um rio que nos inunda, uma fúria ansiosa que nos vicia.
E eu confesso, meu amor, que não sei se sei amar. Porque ao amar perco tudo o que aprendi, volto ao meu princípio de ser nada e tudo ao mesmo tempo.
Não te compreendo, porque me espantas e a tua luz vive em mim numa chama que me esgota. Amo no inferno e no paraíso, onde me encantas e me consomes. E eu devoro-te e inspiro-te, desassossego-te e preencho-te.
Sim, eu sei… não sabes se me inventas ou me reconheces, não sabes se existo ou te iludo.
E eu não sei e tu não sabes, porque amar não se ensina, porque o que aprendemos antes afinal não é o que sabemos agora.

Sim, meu amor, desculpa, mas não sei se sei amar… porque não sei se te perdes por me amares, porque não sei se te adivinho no teu querer, porque não sei se o teu coração bate na minha razão…
Sim, amor, eu queria destruir os meus silêncios... Abraça-me. Quero calar-me na serenidade dos teus braços, vestir-me na força do teu olhar… Que me importa que me gritem?

Anabela G.
In Jornal Renascimento, Novembro 2011 e http://www.eacfacfil.net/

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