Vale a pena
pensar nisto. Eu não me revejo a escrever pela nova ortografia. Simplesmente,
não consigo e dói-me hoje ler os jornais e revistas, é uma verdadeira manta de
retalhos, ver a língua portuguesa completamente sem rumo. Por imposição
editorial muda-se para a nova ortografia, mas depois aparecem as excepções,
“por decisão do autor”.
Se o português já era maltratado por todos nós (sim, porque escrever bem português tem que se lhe diga, a maior parte das pessoas pensa que sabe escrever, mas na realidade quase todos damos erros de português, gramática, semântica, sintaxe), hoje é uma balbúrdia, cada um escreve à sua maneira, numa mistura que não é coisa nenhuma.
Se o português já era maltratado por todos nós (sim, porque escrever bem português tem que se lhe diga, a maior parte das pessoas pensa que sabe escrever, mas na realidade quase todos damos erros de português, gramática, semântica, sintaxe), hoje é uma balbúrdia, cada um escreve à sua maneira, numa mistura que não é coisa nenhuma.
Vejo textos escritos sob o novo acordo, em que apenas suprimem
as consoantes mudas. Mas esquecem-se que essas mesmas consoantes mudas caem
porque a etimologia assim o exige, mas noutros casos a etimologia pesa mais e
então já não caem, outras vezes depende da palavra… Confusos? Também eu.
E depois existem as imposições. E as excepções. E anda a nossa língua, o nosso maior património, a nossa identidade mais profunda, aos trambolhões por esses escritos adentro, como se de um fardo se tratasse, uma coisa a mais, um transtorno a ser resolvido de qualquer forma.
Ainda por cima, o meu Word mudou para a nova ortografia sem perguntar se eu autorizava. Simplesmente, numa actualização automática, eis que impera a vontade de um responsável qualquer por um programa que eu paguei e em que supostamente teria algum direito de opção.
E depois existem as imposições. E as excepções. E anda a nossa língua, o nosso maior património, a nossa identidade mais profunda, aos trambolhões por esses escritos adentro, como se de um fardo se tratasse, uma coisa a mais, um transtorno a ser resolvido de qualquer forma.
Ainda por cima, o meu Word mudou para a nova ortografia sem perguntar se eu autorizava. Simplesmente, numa actualização automática, eis que impera a vontade de um responsável qualquer por um programa que eu paguei e em que supostamente teria algum direito de opção.
Por tudo isto tenho uma declaração a fazer e que é esta:
Língua portuguesa, minha pátria, por teu respeito,
declaro que continuarei a amar-te, respeitar-te e a ser-te fiel, na medida das
minhas possibilidades e saber.
Continuarei a louvar-te, última flor do Lácio, como Olavo
Bilac, poeta brasileiro, tão sentidamente a intitulou num poema justamente
chamado Língua Portuguesa. Lacio é
uma cidade italiana, de nome original Latium, e onde primitivamente era falado
o latim. A língua portuguesa foi a última língua a derivar do latim, sendo as
outras o francês, espanhol, italiano e romeno.
Do mesmo poema deixo-vos estas breves estrofes:
“Amo o teu viço
agreste e o teu aroma
De virgens selvas e
de oceano largo!
Amo-te, ó rude e
doloroso idioma,
Em que da voz
materna ouvi: "meu filho!",
E em que Camões
chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura
e o amor sem brilho!”
Publicado in Jornal Renascimento e http://www.eacfacfil.net/
Lindooooooo!!
ResponderEliminarSe calhar, tem razão. Mas a língua também é um "organismo" vivo e, portanto, como dizia Lavoisier: "nada se cria, nada se perde, tudo se ptransforma.
ResponderEliminaré viva , mas por favor não a matem
ResponderEliminarDeveria haver mais tributos deste jaez à Madre Língua.
ResponderEliminarMinha Língua, minha Pátria, tão maltratadas...Servos-ei fiel até à morte !
ResponderEliminar